30.4.05

Outono

No pen�ltimo ponto ele subiu, entre um velho e um menino. Ela, sentada na janela, via a chuva rala cair; at� que olhou para a roleta e deu com ele olhando em sua dire��o.

Ela virou o rosto de volta para a rua. N�o chegou a memorizar as roupas dele; havia um casaco azul, e cabelos castanhos grudando na pele clara da testa. O lugar ao seu lado vago - pelo canto do olho p�de ve-lo sentar no banco vazio logo atr�s. Na curva, os olhos dele em sua nuca, ela podia sentir. Praguejou por n�o ter se vestido melhor.

P�s a al�a da mochila no ombro, tomando o cuidado de escolher aquela que ainda n�o estava come�ando a descosturar. Levantou-se, virou-se, e parou. Olhos cor de mel, com o brilho de uma ilumina��o nublada. Os l�bios se entreabriram num pequeno "o". Na dura��o daquele olhar, os dois, amantes fi�is e eternos.

Os livros pesavam enquanto ela seguia pelo corredor estreito, ele a observando de onde estava. Desceu; a garoa parara. Ele p�s a cara na janela. Ela, do lado de fora, sorriu de volta. Seguiram cada qual seu caminho, a brisa leve no rosto.

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