26.3.04

Minha Namorada (Vinicius de Moraes)


Meu poeta, hoje estou contente
Todo mundo de repente
Ficou lindo, ficou lindo
Eu hoje estou me rindo
Nem eu mesma sei de qu�
Porque eu recebi uma cartinha assim de voc�

Se voc� quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada voc� poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha que ningu�m mais pode ser
Voc� tem que me fazer um juramento
De s� ter um pensamento
Ser s� minha at� morrer
E tamb�m de n�o perder esse jeitinho
De falar devagarinho essas hist�rias de voc�
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho sem ningu�m saber por qu�

E se mais do que minha namorada
Voc� quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo Amor predestinada
Sem a qual a vida � nada
Sem a qual se quer morrer
Voc� tem de vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra voc�
Os seus olhos t�m de ser s� nos meus olhos
E os seus bra�os o meu ninho no sil�ncio de depois
E voc� tem de ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de n�s dois

21.3.04

Quem acha que o Fotolog t� sacaneando todos os usu�rios n�o-Gold Camera, levanta as duas m�os e digita um coment�rio com a l�ngua.

19.3.04

L� da Martinica

Sem compara��es f�licas, mas minha fruta favorita � a banana. Pensa s�: � nutritiva, nacionalista, energ�tica, barata, evita o desperd�cio (se come at� o miolo) e, acima de tudo, pr�tica. Afinal, nesses tempos de agrot�xicos, n�o � recomendado comer frutas com casca. E quer coisa mais f�cil de descascar do que uma banana? At� macacos n�o-treinados s�o capazes de descascar uma banana!
Mam�e sempre disse que estudar � tarde minava o tempo de qualquer um, e ela estava certa. Acordo pregui�osamente �s 9 da matina, o que me deixa tempo suficiente apenas para uma ducha, trocar de roupa, ver meus e-mails e almo�ar. Meio-dia tenho que estar na esta��o de metr�, para chegar na fac� uma da tarde. Quando saio de l� j� passam das seis; ent�o, mais aproximadamente uma hora de tr�nsito e chego em casa exausta.

� noite s� me resta desenhar, escrever e ficar de bobs na Internet. Isso se o Velox estiver num bom dia.

Acho que vou arrumar alguma coisa que me force a acordar cedo. J� pensei em voltar pro ballet ou fazer um curso de desenho.

17.3.04

Psicologia animal ou Conversando a gente se entende

Minha cozinha est� passando por uma infesta��o de baratas. Mam�e j� tentou in�meros m�todos para acabar com a ra�a das cascudinhas, mas elas aparentam ser baratas de laborat�rio resistentes a tudo. Agorinha h� pouco, fui preparar um caf� com leite e dei de cara com uma delas na parede. Devia ser do tamanho da unha do meu dedinho do p�, mas quase me fez desistir de comer. Todavia, contrariando as expectativas de que eu sa�sse correndo pela casa berrando "uma barata, mata, mata" mesmo n�o tendo ningu�m para me ouvir, fiquei firme e pus-me a olhar fixamente para a bicha. (Devia estar pensando naquela bobajada psicol�gica de enfrentar os medos.) E a barata sequer se movia.

Foi quando, inesperadamente at� para mim mesma, eu ordenei: "Barata, saia do meu campo de vis�o!"

Esse m�todo, infelizmente, n�o surtiu efeito. A resposta do inseto se resumiu a um movimento das anteninhas. Supus que minha abordagem tivesse sido agressiva demais; afinal, barata tamb�m � filha de Deus. Ent�o, resolvi argumentar com o animalzinho.

"Barata: por que voc� n�o volta para o encanamento de onde saiu? L� deve ser escurinho e �mido, e eu sei que voc�s, pragas urbanas, gostam desse tipo de condi��es. N�o tenho nada pessoal contra voc�, mesmo porque voc� n�o � uma pessoa. Mas � que a sua figura n�o me agrada, sabe? A sociedade judaico-crist� ocidental na qual eu vivo prega que baratas s�o repugnantes. E sua presen�a num ambiente sugere maus h�bitos higi�nicos. Por que n�o se esconde atr�s do rel�gio? O que os olhos n�o v�em, o cora��o n�o sente; assim eu n�o vou me ver na obriga��o de esmag�-la com um chinelo, entende?"

O que mais me impressionou n�o foi o fato de eu ter passado quase cinco minutos falando com uma barata. Incr�vel mesmo � que ela entendeu: depois que eu expliquei minha situa��o, ela realmente correu para o rel�gio de parede e n�o voltou mais.

Que Baygon, que nada. Contra barata, bom mesmo � l�bia.

15.3.04

Caiu a ficha

Foi em 1992 que come�aram a surgir os cart�es telef�nicos no Brasil. Eu tinha 6, 7 anos, e n�o lembro muito de como era o sistema com fichas; lembro de ter sido uma luta pra conseguirem instalar uma linha telef�nica l� em casa, e tamb�m de que sempre tive horror a ligar para os outros, um medo inexplic�vel que me persegue ainda hoje. Lembro de ter achado o m�ximo quando meu pai comprou um Mobi (vulgo Teletrim, s� que de outra marca); uma colega de trabalho dele havia cometido uma extravag�ncia ainda maior, e gastara uma verdadeira fortuna num telefone celular.

Pulo para um assunto que aparentemente n�o tem nada a ver com essa introdu��o. Outro dia mesmo, enquanto a gente discutia sobre a festa de calouros e tinha id�ias para fantasias (o tema, at� ent�o, era Cinema; de l� pra c� j� deve ter mudado), a Laura me veio com essa: "ser� que algu�m vai se fantasiar de Baixo-Astral?" Risadas gerais, � claro. Depois, o Felipe comentou que o pior de tudo � que ele tinha visto os carros aleg�ricos da Caprichosos antes do desfile desse ano, e reconheceu o carro do Baixo-Astral. E a� foi aquele festival de mem�rias da inf�ncia: os filmes da Xuxa, os mullets do S�rgio Mallandro, os Trapalh�es, todas aquelas excelentes produ��es da Sess�o da Tarde, A Lagoa Azul, R�-Tim-Bum, entre outros.

Tudo isso no mais sincero tom nost�lgico. Hoje � que eu parei pra pensar: pera�, eu n�o tenho nem vinte anos! N�o � idade ainda pra estar nesse clima de "no meu tempo"! Acontece que o tempo, ultimamente, tem passado mais depressa. Foi nos anos 80 que surgiu a Internet, n�o foi? De l� pra c�, as coisas t�m acontecido num ritmo fren�tico, novidades surgem numa velocidade cada vez maior; tudo, ou pelo menos quase tudo, fica obsoleto do dia para a noite. Por isso n�s j� podemos dizer "no meu tempo" - vai ser v�lido, porque muito do que existia no nosso tempo de crian�a sumiu misteriosamente, ou mudou de tal forma que deixou de ser. A garotada de hoje n�o conhece Praga, Dengue, Cavalo de Fogo, Nossa Turma (aquele desenho dos bichinhos esportistas que tinha um alce chamado Montgomery, lembra?). Elas n�o v�em a Porta dos Desesperados, e pra elas a Mara Maravilha sempre foi evang�lica. As meninas de hoje n�o querem mais a casa da Barbie, mas a da Polly - que � muito menor e quase t�o cara; os garotos n�o t�m bonecos do Comandos em A��o - quando muito do Max Steel, mas aposto que a maioria prefere um game da hora pra jogar online com os amigos.

Para as gera��es anteriores, deve ser mais dif�cil, ou pelo menos mais chocante, se adaptar a essa corrida desenfreada de novos costumes; afinal, o mundo j� estava pegando embalo para essa corrida quando n�s nascemos. Mas mesmo pra gente � meio engra�ado. Parece que a gente est� ficando velho mais cedo (e olha que a cosmetologia tem feito de tudo para evitar isso).

E agora eu volto �quele assunto l� do come�o. A evolu��o das telecomunica��es no pa�s j� foi motivo de muita cr�nica. � uma coisa bastante recente - a gente ainda conheceu a Telerj, a gente acompanhou as privatiza��es, e vimos aquela casa de shows, o Metropolitan, virar ATL (agora Claro) Hall. Mas acho que nenhuma outra gera��o pode dizer, com a mesma amplitude de sentidos que a nossa, que viu a ficha cair.

14.3.04

Se eu fose uma elfa, me chamaria Idril Culn�mo. Nascesse eu entre os hobbits, n�o teria outro de pia sen�o Daisy Proudfoot.

7.3.04

Ah, me rendi � moderna tecnologia globalizante. Ganhei um celular.

E tem compositor de toque. J� fiz Sobakasu, Departure, Pegasus Fantasy e Sakura Saku!

6.3.04

Semana atribulada, o que pode ser uma justificativa tanto para n�o postar como para faz�-lo. A� vai, um resum�o b�sico do que foi minha Semana de Calouros:

Dia 1
Guache, andar at� Copacabana com um dos p�s descal�os e um certo grau de humilha��o. Arrecadados pela que vos fala m�seros treze reais e oitenta e oito centavos. Conheci a Arashi-san, finalmente! ^_^
Dia 2
Escolha das oficinas. Eu e Gomes fomos para Zine. Nosso monitor parece um anjinho. V�deos.
Dia 3
Debate: monop�lio da comunica��o no Brasil. Oficina.
Dia 4
Debate: habilita��es. Oficina. Piquenique no campinho. (O p�o, responsabilidade do pessoal de Cria��o Publicit�ria, s� chegou quando o queijo e o presunto j� haviam sido consumidos no m�oz�o.)
Dia 5
Gincana no laguinho, posteriormente transferida para uma sala de aula devido � chuva. Equipe vencedora, Fil� com Fritas (a minha, eba!). Ganhei um livro (j� devidamente devorado) sem ter participado de prova alguma...