27.9.05

O dia deu em chuvoso

O dia deu em chuvoso, como diria o poeta português - foi a primeira coisa em que pensei quando vi o outro poeta, o mineiro de Itabira, debaixo de uma bruta e carioquíssima chuva.

Já o havia visto antes, naquele banco, eternamente compenetrado na arte de observar os transeuntes de Copacabana. Mas das outras vezes (por estar o céu limpo, talvez), não tive essa sensação de hoje, isso de subitamente me dar conta da pequeneza de minha poesia acabrunhada de banco de ônibus.

Hoje não pude deixar de sentir.

Que versos são esses, poeta, que crias, assim sentado voltado para a Atlântica, às costas o mar bravio, a tempestade a banhar-lhe o bronze?

26.9.05

Computador do trabalho.

Ta� uma inven��o boa pra quem quer dar cabo de todos aqueles deviantWATCHs acumulados - sa� de 258 para 103! \o/

15.9.05

"T� procurando a chave certa pro cadeado"

Ser� por isso que voc� se recusa a buscar a chave certa? Porque voc� teme o que poderia sair dessa caixa de Pandora chamada Aline?
Hoje vi uma betoneira laranja com bolinhas brancas. E o mais impressionante � que eu estava desperta e perfeitamente s�bria.

Strawberry Fields � na Barra

... Sei n�o, mas acho que os gringos bonitinhos enterraram um p�nei embaixo desse micro aqui de onde digito. Foi s� eu cometer aquela pequena infra��o de ontem, que Murphy resolveu agir...

Eu sempre pego o 241 (Taquara-Pra�a Mau�) pra ir pra casa. Problema � que s� ontem eu descobri, da pior maneira poss�vel, que existem dois tipos de 241: o que vai pela serra do Graja� e o que vai pela Linha Amarela. O que vai pela serra � o que eu sempre pego - passa pertinho da minha casa.

Agora, o que vai pela Linha Amarela d� a volta pelo outro lado da cidade.

Quando me dou conta, estou eu no meio de uma via expressa altamente sinistra, �s seis e tantas da tarde, o c�u um breu danado.

"Licen�a", e me aproximo da trocadora, "� que eu acabei de me dar conta que estou completamente perdida. Esse �nibus passa pela Tijuca?"

"N�o", e meu sangue congela.

"Ele vai por onde?"

"... Avenida Brasil, Bonsucesso, Rodovi�ria", meu est�mago come�a a revirar, "Leopoldina... Presidente Vargas."

Reconhecimento, ainda que insatisfat�rio. "Ah, Presidente Vargas!" Negocio com a trocadora e um senhor no banco da frente, e concluo que o melhor era saltar pelo centro da cidade mesmo.

Aquele lugar escuro, perigoso, cheio de humanos perversos.

Enfim. Sobrevivi. E ainda dei a sorte de ver dois belos passageiros no 247 que peguei em seguida, para finalmente chegar �s minhas paragens. V� l�, a Lei de Murphy nem foi t�o cruel dessa vez - ainda que eu tenha passado mais da metade da viagem comprimindo a musculatura dos gl�teos.


PS: E eu me arrisco novamente. C� estou eu, fazendo hora porque o meu �nibus s� passa �s 18h.

14.9.05

Sou uma fora-da-lei

Postando do est�gio. A�! Subvers�o total. Ser� que me torturam?

12.9.05

Pra n�o dizer que n�o falei de Rammstein

N�s (eu e Lilly) gostamos de Rammstein. � uma banda alem� que toca rock com toques de eletr�nica. Na DDK, festa g�tica aqui do Rio, tem uma pista chamada Rammstein. O que se espera � que na Pista Rammstein se toque Rammstein. Por isso n�s (eu e Lilly) fomos � DDK, na companhia de Laura, Mari, Paty e o conhecido dela, para comemorar meu anivers�rio ao som de Rammstein.

Chegamos no Cine �ris por volta de meia-noite e, depois de alguma enrola��o na fila, fomos direto para a Pista Rammstein. N�s (eu e Lilly) n�o arredamos o p� da Pista Rammstein at� quatro e tantas da matina, nem pra ir ao banheiro.

Pergunta se a gente ouviu Rammstein.

E n�o foi por falta de cara de pau, que eu cheguei a acompanhar a Lilly at� o DJ pra perguntar se ele ia tocar Rammstein, no que ele respondeu "vou tocar sim, logo mais". Pois bem. Trocou-se o DJ e nada de Rammstein.

Cansamos. J� eram quatro e meia quando pegamos o t�xi e viemos pra casa. Chegando c� (Lilly dormiu por aqui), aboletamo-nos na cama e passamos bem uma hora de fones no ouvido - no discman praticamente s� Rammstein.

Mas a sess�o, � claro, teve de ser interrompida logo no come�o, quando meu celular tocou. Era a Paty, que tinha ficado por l�. Pra avisar que tavam tocando Du Hast, uma das nossas m�sicas favoritas do Rammstein.

A Lei de Murphy rege o mundo.

Apesar desse pequeno detalhe, nos divertimos pra burro. Passamos todo aquele tempo dan�ando, pulamos, cantamos junto, fomos devidamente empurradas, acotoveladas e alisadas (e tamb�m alisamos, confesso) pela horda selvagem que nos rodeava, uma del�cia. Laura prestou seus servi�os de "namorada oficial" do grupo (�, eu estou com ci�mes, sua vaquinha!) e Paty j� fez quest�o de me sacanear por eu ter rejeitado automaticamente um cara (segundo ela) bonitinho que chegou em mim. (De qualquer forma, j� � um saldo melhor que o da Ploc, diabos!)

Ah, e muitas pausas para admirar os amassos dos v�rios casais yaoi espalhados pela festa (engra�ado como eles me pareceram muito mais entusiasmados e felizes que os casais h�tero. Talvez porque os casais h�tero fossem esquisitos, ou fossem na verdade trios, ou n�o fossem o que se pode chamar de "casal").


(PS: Hey, tio. Pensa que eu n�o vi quando voc�s dois sumiram da pista? Nada escapa a esses olhos de lince, loiro! XD)

9.9.05

Teens & 'Tweens

... E eis que s� agora eu me dou conta de que este � meu �ltimo dia de adolesc�ncia, de acordo com a gram�tica da l�ngua inglesa.

Mas os n�meros ainda s�o mais impressionantes. Pensar que j� faz dez anos que n�o mudo o algarismo da segunda casa decimal... (Convenhamos, dos nove pros dez voc� nem sente diferen�a.)

Passei a semana pensando em algo suficientemente bomb�stico para postar aqui. Como podem ver, acabei desistindo. Mas enfim. Embarquemos nessa minha viagem juntos, meus caros e minhas caras - mergulhemos nessa segunda d�cada sem mai�, touquinha, p�-de-pato ou mesmo snorkel.

MSN - Momento Sem No��

(...)
"Del, ma belle. These are words that go together well" diz:
e vc pelou o estilo da lili? XD
Despair of The Endless // Rebel Princess // Oito horas e vinte minutos: Ok, quero ver alguma trovadora bater meu recorde. XDDD diz:
veio naturalmente! XD
Despair: tipo, no meio do tro�o eu parei, reli e disse: *******, isso foi escrito pela lilly. XD
Despair: deve ter sido psicografado, algo assim! XD
Del: hahahahahahahahahahh! XD
Del: mesma coisa o meu txt de hj. XD
Del: ou seja, todas queremos ser a lili (isso parece aquele filme, quero ser john malkovitch. XDDDDDDDDDDDD)
Despair: ...
Despair: "Quero Ser Liliane Barbosa".
Despair: 'bora escrever o roteiro. XD

6.9.05

Premier bonheur du jour

Ele devia ter pouco mais de um palmo, o gatinho, e já tinha apanhado da vida. Estava com algum problema nas patas traseiras (nenhuma ferida exposta), o que o obrigava a se arrastar com a barriguinha colada no chão para se locomover. Estava largado na esquina do posto de gasolina, em frente ao ponto de ônibus onde eu salto pra ir pra faculdade.

Cheguei perto de leve - mais alguns transeuntes repararam na existência do bichano, mas não lhe deram muita atenção. Não demorou para que o tresloucado filhote serpenteasse até o asfalto.

Fiquei alerta; ele ia virar gato amassado sem demora. Fui atrás, disposta a catar o danado e depositá-lo outra vez em terreno seguro. Pois ele tomou isso como um aviso para disparar pela faixa de pedestres. Eu, já no meio da rua, um olho no bicho e outro no sinal piscando. Agarrei o corpinho franzino com uma única mão - ele ainda se debateu, o instinto suicida ordenando que abrisse a boquinha dentuça para tentar abocanhar um pedaço de dedo.

Deixei-o num caixote de feira, perto do lugar onde o encontrei. Depois me arrependi; devia tê-lo levado para a ECO, onde há gente que dá comida para os gatos (e portanto suponho que fosse cuidar do pequenino). Mas a boa ação do dia já estava feita.