17.7.09

Fica combinado assim

Tá, pondo a coisa em pratos limpos: eu não sei o que fazer com isso aqui. (Por “isso aqui” subentende-se o blog no Blogger, o Livejournal, o Multiply e mais os outros lugares todos onde esse post aparecer. Ah, as maravilhas de atualizar tudo ao mesmo tempo com o mesmo texto, sem dar a mínima pro overlapping.)

Eu nunca soube, na verdade. Desde... *para de escrever para consultar os arquivos do blog* ... desde 2001, meu deus do céu, eu não sei bem qual é a minha na web. De uma forma geral, a minha sempre foi escrever, mas isso é um pouco vago. Eu podia estar há oito anos copiando listas telefônicas (um nome por dia – quanto tempo levaria?) e isso, numa interpretação bem pé-da-letra, não deixaria de ser “escrever”. Reformulando, então, a minha sempre foi contar histórias. Podendo ser reais ou não. Podendo ser uma história inteira ou só um trechinho. Podendo ser uma história com heróis e vilões ou uma história sobre como eu odeio sites que só abrem no Internet Explorer. Ou (meus posts favoritos, geralmente) histórias sem pé nem cabeça, dessas que nascem nos sonhos ou nas conversas de madrugada no serviço de mensagens instantâneas de sua preferência.

Pode parecer que eu estou enrolando, mas eu só estou tentando dar um contexto à história de como eu decidi retomar “isso aqui”.Não houve um grande evento que me motivasse a resgatar das cinzas o blog, o Multiply, o LJ. O pior, não houve um insight de como eu poderia fazer isso de forma a aproveitar bem cada um desses espaços, conquistar um público cativo, espalhar minhas idéias pelo mundo e de quebra fazer milhões com o AdSense. Nah. Quem me dera. Se alguém souber a fórmula, fique à vontade pra dizer nos comentários.

Não, nada disso. O que houve foi uma certa “tomada de vergonha na cara” (vocês também acham horroroso essa versão substantivada do verbo tomar? Toda vez que eu topo com uma “tomada de decisões” num texto de negócios, fico me perguntando se ela é 110 ou 220V). Ei, eu sou free-lancer. Trabalho em casa, faço meus horários – e, modéstia à parte, sou ágil o bastante nas minhas traduções e copis pra ter uma porrada de tempo de sobra. Ainda estou decidindo que pós fazer, ou mesmo escolher entre fazer pós e tirar a teia do francês. Não é como se eu não pudesse atualizar com mais frequência. Vá lá que um blog não seja como o Twitter, em que um simples “Ain, vontade de um temaki de salmão” já conta como atualização. (Isso foi um tweet meu do último dia 7. Ainda não comi o tal temaki de salmão, e só de reler atiçou a vontade de novo.)

Ainda assim, eu sei que sou capaz de escrever um texto de um tamanho razoável – tipo esse – por semana. E dizem que escrever é como sexo: quanto mais se faz, mais se quer fazer. (Não é tão difícil ser um monge budista, sob essa ótica.) É tudo uma questão de hábito, feito levar o cachorro pra passear de manhã ou ir ao dentista duas vezes no ano. A pior parte é vencer a inércia.

Não vamos entrar ainda no mérito do conteúdo. Fica combinado assim: eu escrevo alguma coisa, qualquer coisa, toda segunda-feira. A data pode mudar pra outra mais confortável depois, mas segunda-feira é dia de começar resoluções, e eu vou ter um fim de semana inteiro pra pensar no que escrever. Vocês entram com a parte dos comentários: dão a visão de vocês sobre o tema, reclamam quando eu deixar de escrever contos pra falar da minha vida, reclamam se eu só escrever contos e não falar mais da minha vida, e de vez em quando até levantam um pouco meu ego porque ninguém é de ferro.

(E se achar que o mundo era melhor quando eu estava calada, ei, é direito seu. Unfollow existe pra isso.)

Fechado? Começando segunda que vem? Prometo correr atrás de uma boa história pra contar. E mesmo que não encontre, eu venho aqui dar um alô, relatar meu progresso. Uma hora a gente acha o ritmo certo dessa bagaça.

Mas agora vocês vão me dar licença. Preciso levar o cachorro na rua e marcar consulta com a dentista. Meu siso e a bexiga do Cookie não têm a mesma paciência que os meus 3,1416 leitores.

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