Ele devia ter pouco mais de um palmo, o gatinho, e já tinha apanhado da vida. Estava com algum problema nas patas traseiras (nenhuma ferida exposta), o que o obrigava a se arrastar com a barriguinha colada no chão para se locomover. Estava largado na esquina do posto de gasolina, em frente ao ponto de ônibus onde eu salto pra ir pra faculdade.
Cheguei perto de leve - mais alguns transeuntes repararam na existência do bichano, mas não lhe deram muita atenção. Não demorou para que o tresloucado filhote serpenteasse até o asfalto.
Fiquei alerta; ele ia virar gato amassado sem demora. Fui atrás, disposta a catar o danado e depositá-lo outra vez em terreno seguro. Pois ele tomou isso como um aviso para disparar pela faixa de pedestres. Eu, já no meio da rua, um olho no bicho e outro no sinal piscando. Agarrei o corpinho franzino com uma única mão - ele ainda se debateu, o instinto suicida ordenando que abrisse a boquinha dentuça para tentar abocanhar um pedaço de dedo.
Deixei-o num caixote de feira, perto do lugar onde o encontrei. Depois me arrependi; devia tê-lo levado para a ECO, onde há gente que dá comida para os gatos (e portanto suponho que fosse cuidar do pequenino). Mas a boa ação do dia já estava feita.
Dia de Lavar a Roupa
Há 6 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário