4.7.04

Saudade?


Saudade do friozinho da serra, daquele caminho todo verde e ensolarado se abrindo diante do carro. Saudade do arrumar-e-desarrumar malas que estressa, cansa, mas diverte; de bater na testa ao lembrar do que esqueceu e resmungar de pesos mortos na bolsa. Saudade das fechaduras da casa, que giram sempre pro lado errado, da �gua congelante das torneiras e dos colch�es "maciez do granito" (palavras do meu tio); saudade at� daquele cheirinho gelado de mofo quando a porta da frente se abre. Saudade do Cookie correndo feliz no gramado e catando tudo quanto � folha seca com os p�los compridos, da bagun�a que foi a hora de escolher em que cama cada um ia dormir, de passear pela feirinha por hoooras e se dar conta de que ainda n�o viu todas as barracas. Saudade das estripulias sexuais do casal de vira-latas Trist�o e Isolda (ok, na verdade a f�mea se chama Branca, mas e da�?). De subir a rua na hora de comprar p�o pro caf�, e descer na hora de almo�ar no shopping. Saudade, em especial, do c�u da noite de Ter�, t�o mais cravejado de estrelas do que esse manto negro de polui��o cosmopolita daqui.


Mas a saudade do que ficou em casa - ou melhor, do que est� bem longe de casa mas ao mesmo tempo aqui dentro do quarto, e do peito - bateu mais forte. Por essas, e outras, � que digo que � bom estar de volta.

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