5.11.04

Ver�o
ou
A S�tima Praga do Egito, Reloaded

�nibus 27616 da linha 432 (Vila Isabel - G�vea), por volta de uma da tarde. Calor infernal, um sol que s� podia ser castigo divino, humanos suarentos por toda a parte, e a que vos fala j� atrasada.

Eis que a passageira ao meu lado d� um pulo. "Barata!", exclama com discri��o, e aponta para o pequeno e repugnante inseto andando pela parede do �nibus bem ao lado do nosso banco. Ela troca de lugar. Mas n�o demoram a ser ouvidos outros sussurros de nojo feminino.

Come�a um burburinho aflito, uma agita��o, um desconforto. Olha-se embaixo de bancos, nas frestas entre os assentos, as mo�as prendem suas longas madeixas, com medo. E os pequenos monstros continuam a fazer apari��es durante toda a viagem, pelo ch�o, pelas costas de um banco, na camisa de um menino, no ombro de uma senhora.

Enojadas e j� sem paci�ncia, boa parte das mulheres - a narradora inclusa - se levanta e resolve continuar em p� pelo resto da viagem (aumentando a vig�lia e diminuindo a �rea de contato com o �nibus). Pois o motorista, numa gracinha despropositada, decide acelerar feito um louco e fazer curvas como se estivesse num circuito de F-1. Ofensas s�o trocadas, bafaf�, risos desconcertados. Des�o no meu ponto, assim como muitos outros passageiros.

Moral da hist�ria? Eu odeio baratas. Odeio calor. Odeio gente suada. E portanto odeio o ver�o.

Nenhum comentário: